quarta-feira, 31 de agosto de 2011

A oposição que não se opõe nem sai de cima (3): por uma alternativa

Nas eleições de 2009, um movimento independente de cidadãos candidatou-se a uma junta de freguesia da cidade de Caldas da Rainha. Infelizmente, não terá sido possível ir mais longe e, como já é habitual, a iniciativa não alastrou às freguesias do interior do concelho.
Seria desejável que este exemplo fosse seguido, a um nível mais vasto, congregando todos os cidadãos que ainda se interessam pela coisa pública e que não se sentem representados pelos actuais partidos e militantes partidários.
O caminho a seguir seria a realização de reuniões informais, abertas a toda a população, em vários pontos do concelho, "tomando o pulso" ao que pensam os eleitores locais. Só depois, mediante a adesão que isso pudesse suscitar, seria viável medir as possibilidades de constituir listas nas freguesias. Tanto no interior como na cidade.
Quanto à Câmara, a situação deveria ser equacionada numa terceira fase, a partir da adesão verificada nas freguesias. Se ela fosse forte, e houvesse possibilidades, estaria aberto o caminho para uma candidatura independente, de cidadãos, à Câmara.
E que não se diga que isso seria impossível. O actual presidente da Câmara não pode recandidatar-se (e com a manutenção dos actuais concelhos não há sobrevivência autárquica para os actuais "dinossauros"), o vereador das Festas Brancas não tem estatuto, em circunstâncias normais, para ser presidente e Maria da Conceição Pereira afastou-se. No PSD não há outros nomes fortes, nem entre os "notáveis" locais acarinhados pelos seus amigos da imprensa.
E mesmo que se tornasse materialmente impossível concretizar uma candidatura independente à Câmara, um movimento alargado e forte de cidadãos poderia sempre negociar, desde que com vantagem, as suas propostas (que o mesmo é dizer as propostas da população) com os restantes partidos, nomeadamente com o PSD. Em Lisboa aconteceu uma situação semelhante, na ligação do actual presidente com Helena Roseta.
O caminho está à vista e pode ser percorrido. Quem dá o primeiro passo?

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

A oposição que não se opõe nem sai de cima (2)

O CSD, o PS, o PCP e o BE manifestam-se, em geral, de duas maneiras: com intervenções na Assembleia Municipal (cujos relatos são publicados na "Gazeta das Caldas") e com comunicados (dos quais alguns se encontram num espaço institucional da "Gazeta" e, como notícias, no "Jornal das Caldas"). Em certa medida, isto não é mais do que a produção de uma prova de vida. Ou seja: mostram que existem; mas os cidadãos estão-se nas tintas.
Depois, há acções pontuais.
A situação da Lagoa de Óbidos e da Foz do Arelho, o mau serviço da CP e a privilegiada situação laboral dos carteiros excitam, por regra, o PCP e o BE. Há um ano, o CDS excitou-se com uma tourada e depois desapareceu. E o PS, por motivos que até podem ter sido bem sinceros, saiu a terreiro para ajudar a apresentar o famoso empreendimento turístico do Plano de Pormenor da Estrada Atlântica, como se tivesse interesse específico na matéria. Enquanto o que o BE gosta de fazer é de subir e descer dos poucos comboios que ainda param nas Caldas. Estas intervenções servem para os jornais mas sabem a pouco e são quase inúteis porque, isoladamente, de pouco servem e nenhuma utilidade trazem para resolver os problemas reais do concelho. Cujo interior, as áreas fora da cidade, é olimpicamente ignorado.
Por outro lado, não se vê em nenhum destes partidos uma actividade constante de oposição à Câmara, de contestação das medidas camarárias e das opções de Fernando Costa, de apresentação de alternativas. Ou seja: não se vê oposição.
O que também faz com que, de quatro em quatro anos, os candidatos à Câmara, à Assembleia Municipal e ás juntas de freguesia vão mudando ao sabor das conveniências partidárias, prometendo tudo e mais alguma coisa sem fazerem a menor ideia das realidades da região, reproduzindo - talvez por virem das "Jotas" os seus principais animadores - listas de promessas eleitorais que mais parecem próprias de eleições para associações de estudantes de escolas secundárias.
Haverá quem diga que noutros concelhos também é assim mas isso não retira responsabilidade à deserção partidária nas Caldas da Rainha. Que se torna pior por causa desse hábito discutível de aparecerem nas eleições… para quê? E porquê? Acreditarão mesmo que podem ganhar, sem ser por acaso ou por engano, ou estão a tentar, convictamente, enganar os eleitores que não gostam de quem está no poder?

domingo, 28 de agosto de 2011

A oposição que não se opõe nem sai de cima (1)

Há uma oposição política, e partidária, em Caldas da Rainha à maioria PSD na Câmara Municipal? Não. Há partidos (PS, CDS/PP, PCP e BE) que concorreram às eleições autárquicas, que conseguiram alguns lugares na Assembleia Municipal e que, neste órgão, fazem prova de vida com a regularidade institucional possível.
A oposição política - a nível nacional, municipal ou de freguesia - não é isto. Não pode ser.
Mas, infelizmente, é o que se vê: é uma agremiação de derrotados que ficam, mais ou menos, à espera de uma de duas oportunidades: um outro cargo político que os livre de maçadas e que seja mais calmo ou as próximas eleições, para mais uma jornada de "atirar o bairro à parede".
É uma colecção de provas de vida pouco esforçadas, nada inspiradas e, na grande maioria dos casos, restringidas aos limites da zona urbana. Porque a cidade é que é importante e as freguesias rurais são para os saloios. Ou seja, para os parvos.
A questão das contas das actividades de Verão é exemplar: seria o mínimo dos mínimos que o PS, o CDS/PP, o PCP ou o BE fizessem à Câmara as perguntas que se impunham que fizessem. Se o fizeram, não se notou. Não se ouviu. Não se viu nenhum dos destacados animadores destas associações partidárias a perguntar o que está a Câmara a fazer para (não) gastar o dinheiro que´é de todos. E até pode acontecer que a Câmara esteja a gastar com sensibilidade e adequadamente. mas ninguém perguntou nada.
Da oposição política esperam-se perguntas, dúvidas, fiscalização, alternativas, presença. É uma coisa que faz parte da democracia.
Infelizmente não é o que acontece. A oposição não se opõe, não indaga, não propõe alternativas. Ou seja, não se mexe, não sai de cima. E devia fazê-lo.

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Uma imprensa e uma oposição unidas pelo medo? Ou pela distracção? Ou apenas por cobardia? Ou por ganharem alguma coisa?

Confesso que tinha alguma esperança em ver, ontem, no "Jornal das Caldas" e, hoje, na "Gazeta das Caldas" alguma informação sobre os gastos da Câmara Municipal de Caldas da Rainha na suas actividades de Verão.
E não porque fiz três perguntas nem, apenas, porque não me limitei a pô-las neste blog mas enviei-as, directamente, para uma parte da minha "mailing list". Que, por acaso, até tem suscitado reacções e respostas, directas, de algumas pessoas e entidades que contacto directamente.
A questão é, mais do que isso, extraordinariamente óbvia:
- A "animação de Verão" encolheu por não haver dinheiro... e era emblemática;
- O FozBus desapareceu... e prestava um serviço tímido a frequentadores da praia da Foz do Arelho, que até podia ser rentabilizado;
- A Festa Branca teve apoio camarário para se realizar porque, afinal, é mais importante do que tudo o resto.
Havia, e há, todos os motivos para perguntar: quanto dinheiro, e de que maneira, foi gasto pela Câmara nestas actividades?
Mas ninguém perguntou. A imprensa local ignorou o assunto. A oposição, que já deve ter perdido todas as esperanças de verdadeiramente ser oposição, fez o mesmo. E o presidente da Câmara e o seu vereador-delfim fizeram um manguito bem medido ao povo que os elegeu.
E isto acontece porquê? Medo? Distracção? Falta de iniciativa? Cobardia? Cumplicidade de quem ganha alguma coisa com o negócio? É difícil de perceber. Mas regista-se. E sem medo.

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Turismo do Oeste, Tap e um peixe com uma cabeça de pénis que quer comer uma rapariga ...



É com este cartaz, e parece que com outros que não consegui encontrar, que a misteriosa entidade que dá pelo nome de Turismo do Oeste está a promover a Região Oeste na Tap.
Ou seja: com um cartaz onde uma jovem de biquíni se equilibra no aço erecto de um anzol, desafiando um peixe gigante de cabeça fálica, a que atira uma cavala, apresentando-se devidamente calçada para, decerto, não sujar os pés na areia, talvez pouco recomendável, das praias locais.
Não se mostram praias, paisagens, gastronomia (e então não se promovem as Tasquinhas das Caldas na Tap?!...), monumentos, locais, mar azul.
Ao olhar para isto, só consigo imaginar os vetustos executivos que dirigem a Turismo do Oeste e a Tap a contemplarem extasiados a rapariga e a imaginarem-se peixes que a vão... pois, comer.
É possível que a fálica cabeça do peixe possa ter sido inspirada por alguma recordação do remoto clássico cinematográfico "Tubarão". Mas quem dele se lembrou esqueceu-se do apelo do xerife Brody aos banhistas: "Get out of the water!..."



quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Para que não se esqueça...

Repete-se porque o assunto diz respeito a todos e a Câmara Municipal deve gerir com transparência e adequadamente os dinheiros públicos.
Há 3 (três) perguntas que a imprensa do concelho e a oposição, quanto mais não seja para fazer prova de vida, deviam fazer. Antes que o faça(m) outra(s) entidade(s). São elas:

Quanto gastou este ano a Câmara Municipal de Caldas da Rainha, directa ou indirectamente, na Festa Branca para o "jet set" local?

Quanto gastou este ano a Câmara Municipal de Caldas da Rainha na Festa de Verão/Tasquinhas da Expoeste?

Quanto gastou este ano a Câmara Municipal de Caldas da Rainha, directa ou indirectamente, nas actividades de "animação de Verão" para a população em geral, excluindo a Festa Branca e as Tasquinhas?

E se a imprensa e a oposição não perguntam... algum motivo hão-de ter. Qual será?...
Voltaremos ao assunto.

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Intermarché já está em falência?

Dizem-me que o Intermarché de Caldas da Rainha não tem mercadoria, que receberia da central de compras da empresa-mãe, por não ter dinheiro para pagar no mesmo dia, como lhe é exigido. E que, na prática, está já em falência. Será verdade?
Iremos ter, um dia destes, o Intermarché de porta fechada e os seus trabalhadores em protesto à porta?

domingo, 21 de agosto de 2011

Três perguntas que devem ter resposta e que já deviam ter sido feitas pela oposição e pela imprensa


Quanto gastou este ano a Câmara Municipal de Caldas da Rainha, directa ou indirectamente, na Festa Branca para o "jet set" local?

Quanto gastou este ano a Câmara Municipal de Caldas da Rainha na Festa de Verão/Tasquinhas da Expoeste?

Quanto gastou este ano a Câmara Municipal de Caldas da Rainha, directa ou indirectamente, nas actividades de "animação de Verão" para a população em geral, excluindo a Festa Branca e as Tasquinhas?

sábado, 20 de agosto de 2011

Será o Intermarché o primeiro supermercado a fechar?

Já não é de agora que se diz que não há lugar para todo os supermercados que existem em Caldas da Rainha  (Aldi, Auchan, Continente, E. Leclerc, Intermarché, Lidl, Minipreço e Pingo Doce). E hoje, quando fui ao Intermarché, não fiquei surpreendido por ver muitas prateleiras vazias e falta de certos produtos. E pouca gente, quase ninguém. Será este o primeiro a fechar?

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Tasquinhas: um erro que faz vítimas

A Associação Cultural e Recreativa Arneirense voltou a ganhar o primeiro prémio de um concurso de contornos enigmáticos e com um júri sem nome que parece distinguir as várias associações que participam nas Tasquinhas. Segundo o Jornal das Caldas (que dá a notícia aqui, fazendo o panegírico das Tasquinhas e/ou do vereador Hugo Oliveira), o primeiro prémio do Arneirense (mais um em vários anos, sem que se saiba há quanto tempo) teve direito a insultos e o presidente desta associação nem quer, no próximo ano, que ela seja candidata a prémio.
Esta situação é gerada por um erro absurdo da chamada "Festa de Verão" (ou seja, as Tasquinhas) e que, aceitando como bom o conceito do "mega-restaurante" de Fernando Costa, devia ser evitado.
Fui, algumas vezes, à "tasquinha" do Arneirense, gostei e lembro-me de ter perguntado se o Arneirense era mesmo um restaurante. Se fosse, iria lá várias vezes. Fiquei a saber que não era mas retive sempre as suas qualidades. E o que, à falta de melhor, se pode considerar o profissionalismo dos seus dinamizadores. No conjunto, e isso é inevitável, o Arneirense contrasta com as "tasquinhas" de outras associações onde o esforço e a boa vontade não são suficientes para garantir bons pratos e um serviço correcto e agradável.
Temos, assim, dois pesos e duas medidas: o que é muito bom pode conquistar sempre um dos primeiros prémios e o que é, malgré tout, medíocre nunca lá chegará.
Isto demonstra que, mesmo no "mega-restaurante", o conceito das Tasquinhas está errado e que deve haver critérios mais claros para aos participantes. Para seu próprio bem. E já sem falar no júri sem rosto (mas faz parte da tradição das Caldas, pelos vistos) cujas decisões serão sempre mal recebidas se não houver uma responsabilização dos seus membros.
O Arneirense não merecia a polémica. E as associações que montam as "tasquinhas" e todas as outras que deviam estar presentes mesmo sem terem "tasquinhas", mereciam que as Tasquinhas fossem mais do que um "mega-restaurante".

Quanto custou à Câmara a Festa Branca?

Não se sabe e é pena. Os organizadores privados, noticia a "Gazeta das Caldas", desapareceram. Mas a Festa Branca fez-se, pelos vistos com apoio directo ou indirecto da Câmara, e parece que, desta vez, houve instalações sanitárias para todos os participantes. Foi um êxito, portanto. Mas a "Gazeta" não diz quanto custou ao erário público o que terá sido a única iniciativa da Câmara para "animar" o Verão. A "Gazeta" não sabe, ou não quis saber? Ou não quis dizer?

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

O IVA dos restaurantes - calem-se por um bocadinho, pode ser?

É cansativa, e torna-se monótona, a campanha que o sector dos restaurantes e os sectores que estão ligados a este negócio andam a fazer contra a eventual subida da taxa intermédia de IVA (12%) a que estão sujeitos, ameaçando com falências, despedimentos e fecho de estabelecimentos.
Com a ressalva de que, neste negócio como em tantos outros, há decerto situações muito difíceis, convém anotar duas coisas:
1 - Quando a taxa de IVA baixou, no cavaquismo, os preços de venda ao público das refeições e dos produtos não baixaram. A "poupança" ficou em casa e não chegou aos clientes, que continuaram a pagar os mesmos preços.
2 - A estrutura de custos dos pratos, das refeições, das bebidas e dos simples cafés não é transparente. Um café, que nem entra nas contas para o IRC, está longe de custar os 50 ou 60 cêntimos (ou mesmo mais) cobrados ao cliente; o vinho à mesa chega a custar o dobro, ou mais, do preço de venda no retalhista; um bacalhau com grão custa ao cliente do restaurante bastante mais do que a soma dos custos dos diversos produtos, da energia que serve para os cozer e aquecer e da fracção de mão-de-obra que é empregue na confecção e no serviço.
Portanto: calem-se por um instante, está bem?

terça-feira, 16 de agosto de 2011

Falésia: a "culpa" é das vítimas mas a responsabilidade é do Estado

Reparem bem como o caixote do lixo (da "competência" da junta de freguesia ou da câmara) está dentro da zona considerada perigosa. O que diz isto às pessoas? (© "Jornal de Notícias"/Carla Pereira/Global Imagens)
Depois do Algarve no ano passado (onde situação idêntica matou cinco pessoas), foi ontem a vez de seis pessoas ficarem feridas na praia de São Bernardino (em Peniche) quando caíram pedras de uma das 150 falésias perigosas recenseadas em toda a costa portuguesa.
O discurso oficial, da autarquia local ao Instituto da Água passando pelos jornais ("Acidente na praia podia ter tido consequências mais graves - Peniche: banhistas ignoraram sinais de perigo"), alinhou pelo mesmo tipo de imbecilidade: a culpa nestes casos é sempre das vítimas.
O problema é que se a "culpa" é das vítimas - mortas, feridas, estropiadas ou assustadas -, a responsabilidade é das autoridades locais e centrais, é das autarquias, do Governo e da miríade de entidades que gerem as costas e não sei quantos pares de botas.
Os sinais, colocados uma vez e paulatinamente degradados ao longo dos anos (é ver a falésia perigosa de estimação que existe mesmo ao lado do miradouro da Estrada Atlântica, com um sinal velhinho e inútil) e sem qualquer outro tipo de impedimento, não substituem aquilo que é obrigação do Estado e que também é pago pelos nossos impostos: assegurar obras públicas de consolidação de terras que são de uso e propriedade pública. E com urgência, obviamente!
O pomposo vice-presidente de uma câmara municipal (Peniche?) que ouvi ontem num dos telejornais (a atribuir às vítimas a responsabilidade do desastre sem uma única palavra de simpatia para com elas!), devia ser acorrentado debaixo de uma das dessas falésias à espera do próximo movimento de terras...

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Já começou a guerra civil

Já ouço os tiros dos entusiastas da caca, na sua guerra civil à escala local. Quando é que começarão a matar-se uns aos outros?

Não se nota

Quero acreditar que isto é verdade. O problema é que não se nota.

domingo, 14 de agosto de 2011

Desanimação de Verão

Não fui ontem à noite à Foz do Arelho para ver se havia a Festa Branca (onde nunca fui, nem tive curiosidade em ir) e não sei qual o resultado das esforçadas tentativas do vereador Hugo Oliveira para garantir que se realizaria este ano o encontro do "jet set" que é tido, pelo candidato à sucessão de Fernando Costa, como "uma referência na região" ("Animação de Verão na Foz reduzida à Festa Branca", na "Gazeta das Caldas").
O que sei é que parece algo estranho que a esfuziante "animação de Verão" de outros anos (com muitos espectáculos e o emblemático FozBus) tenha ficado de repente reduzida a um evento voltado para uma pequeno sector da população.
A "animação de Verão" não era perfeita mas tinha alguma coerência e o FozBus (limitado a pessoas de maior resistência física e na prática interdito a idosos e grávidas) era um instrumento útil, e que até podia ser rentabilizado, para levar mais pessoas à praia da Foz do Arelho com maior conforto.
Não se percebe se a abstinência da Câmara neste desanimado Verão tem a ver com a necessidade de poupar ou com a inexistência de liquidez para garantir iniciativas de carácter público mais abrangentes.
Mas seria interessante que isso se soubesse (a crise, afinal, já existia em 2010), que a comunicação social fizesse perguntas e que os partidos da oposição interrompessem as férias em que vivem quase durante todo o ano para tentarem perceber o que se passa. Até porque, à partida, se deverá pensar que terão todo o interesse em conhecer o verdadeiro estado das finanças camarárias para não serem apanhados de surpresa se um dia, como é seu dever tentar, ganharem eleições autárquicas...

sábado, 13 de agosto de 2011

Quando a destruição serve de atracção turística

(© O das Caldas)
Os escombros do incêndio de há uma semana na Foz do Arelho mantêm-se tal como ficaram, num friso triste que se transforma numa inevitável atracção turística. Sendo necessário preservar a cena para as várias perícias e enquanto as entidades envolvidas (incluindo a Câmara Municiopal) não se entendem, deviam encontrar uma forma de tapar esta triste paisagem. Não para esconder o que foi resultado de uma negligência consentida, ou mesmo imposta, ou de um crime. Mas para minorar a degradação visual e ambiental de uma zona que até já foi bonita.

Acham isto bonito?

(© O das Caldas)
Parece que esta draga, "plantada" há meses entre a Lagoa de Óbidos e a Foz do Arelho, está à espera do início das dragagens. Das tais que esperam, há um ano (ou quase), pelo despacho governamental. Parece ter sido lá posta por quem esperava ganhar o concurso internacional. Ou por quem foi informado de que ganharia o concurso. Mas as dragagens não avançam - alguma vez avançarão? - e a draga mantém-se. Parece um destroço abandonado, a desfear ainda mais uma paisagem de que já ninguém quer saber, estranhamente tolerada pelos poderes públicos locais.
É triste. E é uma vergonha.

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

O problema das Tasquinhas

Ao presidente da Câmara (como aqui assinalámos) fugiu a boca para a verdade e basta ver as edições desta semana do "Jornal das Caldas" e da "Gazeta das Caldas" para o perceber: o certame da Expoeste (que ainda mantém a designação de Expotur) não é mais do que as Tasquinhas (para utilizarmos a designação da primeira página da "Gazeta") e, nessa medida, não é muito mais do que um "mega-restaurante".
À partida, isso não é negativo. Os vários espaços têm, regra geral, coisas interessantes para comer, os preços são razoáveis e o serviço, esforçado, até se aproxima, e em alguns casos suplanta-os, dos padrões da indústria de restauração.
Só é pena, infelizmente, que o sistema de ventilação funcione tão mal que se acumulem os cheiros e que baste estar trinta minutos no local para ficar com as roupas a cheirar a fritos. E isso basta para que eu, que fui às Tasquinhas por três vezes no ano passado, não tencione lá voltar este ano. (É possível que o chefe do Turismo do Oeste goste do cheiro a fritos nas roupas mas eu não gosto.)
Não pode, no entanto, falar-se em "especialidades" gastronómicas. O que existe nos vários espaços não é muito diferente do que se encontra por aí, são poucos os pratos específicos das várias associações ou das suas cozinheiras e não há nenhuma verdadeira especialidade que possa ser apreciada individualmente ou, como agora ridiculamente se diz, degustada.
Como "mega-restaurante", e com a ressalva da ventilação, estaremos todos, mais ou menos, satisfeitos com as Tasquinhas.
Mas o certame da Expoeste não pode ser só isso. Ou, então, que o seja em plena coerência.
Falta-lhe, como aliás já assinalámos, o resto: artesanato, comércio e indústria (onde está a emblemática Fábrica Bordallo Pinheiro?), doces, vinho, fruta, actividades associativas, exemplos de animação cultural... ou seja, tudo o resto que faz parte da identidade própria de um concelho e/ou de uma região. Onde está o retrato exacto das freguesias (num caso reduzida a fotografias ampliadas, sem interesse nenhum)?
Além disso, a oferta não pode ser só visual, tipo montra. Há que encontrar produtos, sejam eles quais forem, que os visitantes possam comprar, do artesanato ao vinho, passando pela doçaria. E, acreditem os organizadores, há sempre quem compre. Não seria isso proveitoso para os produtores?
Aliás, por comparação com os anos anteriores, nota-se um empobrecimento na qualidade e na quantidade dos expositores.
Aparentemente, optou-se pelo mais fácil. Ou pelo mais barato. E isso chega para os jornais e para as luminárias que acreditam que o turismo que dá dinheiro à região são os empreendimentos faraónicos (onde está, na Expoeste, a previsão dos projectos turísticos que irão "enriquecer" o concelho?) e um "mega-restaurante" para a confraternização dos residentes do concelho e dos seus familiares.
O turismo - que é a única indústria de jeito que o nosso país tem, à mão, para desenvolver - não passa por aqui. E, se calhar, até foge... com o cheiro a fritos.

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

A coisa está preta para a Festa Branca que afinal foi castanha...

Há um ano, ficávamos todos a saber (como aqui contei) que a chiquérrima Festa Branca tinha ficado castanha com a abundância de excrementos e de urina deixados no local. A "pegada" deixada por esta animação do "jet set" local, o alheamento da generalidade da população perante a concentração de "tias" e "tios" e de personalidades locais ansiosas de se mostrarem e a crise não parecem ter sido factores suficientes para, pelo menos, o vereador Hugo Oliveira pensar melhor no assunto. E, segundo já conta o "Jornal das Caldas" (sem link), já andam outra vez, num processo bastante embrulhado, a querer repetir a asneira do ano passado. Bom proveito lhes faça...

Campeonato de coisas sem sentido nas Tasquinhas

Diz-nos, cheio de pias intenções, o "Jornal das Caldas" num texto apoteótico, que o extraordinário António Carneiro, "do Turismo do Oeste", acha que as Tasquinhas são "um reencontro com aquilo que é tradicional da região e do país" e que "este momento de animação é um aumento de satisfação dos nossos turistas". A competir com esta tão criativa figura num campeonato de coisas que fazem pouco sentido, o presidente da Câmara achou por bem opinar que as Tasquinhas não são um "mega-restaurante" (é interessante como se lembrou desta designação...) mas "um festival gastronómico, cultural e etnográfico".
O mesmo especialista em turismo também disse, talvez em jeito de confissão, que "come-se qualquer coisa, bebe-se um copo e conversa-se". Pois, talvez ele o seu companheiro do "mega-restaurante" devessem comer mais do que "qualquer coisa" para aconchegar o estômago...
Voltaremos ao assunto.

Luxo socialista

Convém recordar, porque também foi por causa de coisas destas que chegámos ao estado a que chegámos:
"O ministro da Economia, Álvaro Santos Pereira, recebeu uma herança pesada, mas de luxo do anterior executivo: 19 carros que custam mensalmente aos cofres do Estado 20 mil euros. Entre as máquinas estão Audi, BMW e Mercedes, usadas pelos governantes e altos cargos dos ministérios das Obras Públicas e da Economia, durante a liderança PS. (...) No topo dos gastos está um Audi A6 encomendado pelo então secretário de Estado da Energia, Carlos Zorrinho, que tem uma renda mensal de 2299 euros, em regime de aluguer operacional de veículo (AOV). O carro, encomendado em Março, ainda nem chegou às portas do ministério mas o contrato, blindado, sim: são 95 mil euros nos próximos três anos que, dado os termos do acordo, o actual Executivo nada pode fazer a não ser pagar." (Noticia completa no "Correio da Manhã".)

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

"EdNatura": um projecto falhado que é um bom exemplo para o Plano de Pormenor da Estrada Atlântica

Em 2009 foi conhecido o projecto "EdNatura", desenvolvido por um empresário português desde 2007, que visava a criação de três "resorts" naturistas em Portugal no valor total de 15 milhões de euros, situados no Algarve, na costa alentejana e na Região Oeste (primeiro na praia do Salgado e depois entre a Nazaré e São Pedro de Moel). Há uma notícia aqui, em Setembro de 2009, e, datado de há poucos dias, encontra-se um ponto de situação aqui.
O turismo é, talvez, a principal indústria de que o país, todo ele, pode retirar receitas a curto prazo, há zonas inexploradas (e a Região Oeste é uma delas) e o turismo naturista pode constituir um nicho de mercado mas o certo é que existe e é possível pensar que os seus praticantes até poderão dispor de maiores recursos (por ser menor a percentagem de adultos com filhos).
Mas o certo é que o projecto "EdNatura" não avançou. Aparentemente, não há investidores.
Tudo isto faz pensar no projecto turístico previsto para o Plano de Pormenor da Estrada Atlântica. Onde o que está em jogo não são 15 milhões de euros mas... 300 milhões.

terça-feira, 9 de agosto de 2011

Melros a salvo

A caça ao melro (que comentei aqui) voltou a ser proibida. É uma boa notícia que se pode ler aqui.

Prazeres celestiais

O blog Heavenly, do médico Vasco Trancoso, é um prazer para a vista e para os ouvidos, mais celestial do que mundano.

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Não se queixem todos do mau tempo...

... que eu vi a cidade e o comércio local (nomeadamente os supermercados...) com mais gente do que é habitual nos dias em que o mau tempo afastou os veraneantes da praia. E hoje, que voltou o sol, já se circula melhor e os supermercados têm menos gente.

Caravanas

Estão por todo o lado, ocupando espaços destinados ao estacionamento ocasional, dando origem a pequenos parques de campismo informais, parando onde querem sem receberem as atenções que as autoridades tanto gostam de dispensar aos outros, sem pagarem um cêntimo que seja pela irregular ocupação do espaço público.
É certo que não deixam muito lixo mas os despejos não os levam consigo, que não provocam distúrbios, que não ficam muito tempo.
Mas é, para todos os efeitos, uma ocupação do espaço que é de todos absolutamente irregular, de uma forma perfeitamente selvagem e, apesar das normas vigentes, completamente impune.
O que foi escrito por Mário João Carvalho na "Gazeta das Caldas" (a que aqui me referi), a propósito do incêndio dos bares na Foz do Arelho, aplica-se a esta situação. Que, de certa forma, se agravou desde o incêndio: o visual da Lagoa de Óbidos ficou ainda mais sombrio, aliando-se à sua degradação e ao assoreamento o espectáculo triste dos destroços carbonizados e das caravanas aí pousadas.

sábado, 6 de agosto de 2011

Tasquinhas na Expoeste: muita parra, pouca uva

© O das Caldas
O dinamismo de que Fernando Costa, o presidente da Câmara, ainda vai dando provas (aqui numa animada partida de ping-pong ontem à noite na Expoeste) não encontra correspondência na ausência de dinamismo revelada em mais uma edição do certame Exportur - Festa de Verão, que ontem começou.
O que pudesse haver de apresentação de artesanato, de mostra das particularidades do concelho, das suas potencialides turísticas, de locais onde se pudessem comprar alguns recordações, peças de artesanato, produtos alimentares, doçaria e vinho, está reduzido a um amontoado de "stands" esforçados mas quase todos desinteressantes e a um enorme espaço de restauração sem ventilação adequada, onde se juntam iniciativas culinárias de colectividades e outras associações, algumas delas interessantes e com certo grau de profissionalismo.
O concelho ganharia com duas coisas diferentes e montadas com melhor critério: uma exposição dinâmica (com venda) da produção regional, que mostrasse todas as potencialidades e capacidades do que aqui se faz, e uma feira gastronómica com as tasquinhas e outras iniciativas do mesmo género.
O que existe, debaixo de um ambiente opressivo e quente que deixa a roupa a cheirar a fritos em menos de meia hora de permanência, serve para confortar os estômagos e as contas das colectividades. Mas de pouco serve para o turismo.
É possível fazer melhor.

Uma reflexão essencial sobre o incêndio da Foz do Arelho

No rescaldo do incêndio que destruiu os sete bares das "mini-docas" da Foz do Arelho, há um artigo de opinião publicado nesta edição da "Gazeta das Caldas" ("Quando o fogo tudo levou…", na íntegra aqui) que é uma reflexão essencial sobre o assunto.
Da autoria de Mário João Carvalho, mestre em Gestão Estratégica e Desenvolvimento do Turismo e doutorado em Marketing e Comércio Internacional, analisa bem a situação que existia nessa zona da Lagoa de Óbidos e tira algumas conclusões relativamente ao que deve ser feito para a "requalificação" da Lagoa e da Foz do Arelho.
Aparentemente, o incêncio vai levar a que a projectada "requalificação" comece por esse mesmo local. Quem vai dirigir e orientar a "requalificação" devia ler (três vezes, para perceber bem) o artigo de Mário João Carvalho.

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Rafeiros imbecis e burgessos de duas patas em Salir do Porto

Mesmo com prejuízo de quem leva o cão a passear de trela à aprazível praia de água pouco limpa de Salir do Porto, sugere-se que a Polícia Marítima saia do seu remanso para ir controlar o cumprimento da placa de proibição de cães na praia, castigando assim os imbecis burgessos de meia idade de duas patas que largam os seus cães soltos no local, depositando a respectiva caca na areia, incomodando banhistas e outros passeantes e assustando crianças.

Desgraças, desgraças, desgraças

Para variar, o "Jornal das Caldas" (mas por agora apenas a edição impressa) tem bastante que ler: pormenores sobre o incêndio dos bares da Foz do Arelho ("impuseram-nos um projecto que tínhamos de seguir à risca. Obrigaram-nos a fazermos tudo pegado e em madeira...", diz a proprietária de um dos bares); a história de um funcionário da Câmara, a morrer de cancro, que dormiu ano e meio nas Piscinas Municipais; um desempregado com 63 anos (ex-combatente na guerra colonial, tratado com o desprezo com que todos os ex-combatentes foram miseravelmente tratados pelo Estado socialista) que vive numa carrinha na Foz do Arelho e a quem uma técnica da Segurança Social de Leiria disse que não precisava de ajuda "porque ainda não cheirava mal".
É um retrato das próprias misérias do País, ensombrado por um dia escuro. Que tristeza!

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

E o Foz Bus?

Ainda existe ou foi "engolido" pela crise, sem que a Câmara tenha imaginado uma alternativa racional?

O fogo na Foz do Arelho on line

O incêndio dos bares da Foz do Arelho, na madrugada de domingo para segunda-feira, chegou ao "Mais Oeste" numa impressão inicial e aí ficou. Na "Gazeta das Caldas" está uma notícia um pouco mais desenvolvida com fotografia própria. O "Jornal das Caldas" teve falta de comparência.

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

A EDP e o incêndio na Foz do Arelho

E se a causa foi alguma das perturbações (apagões, mini-apagões, curtos-circuitos, sobrecargas de corrente...) que caracterizam o péssimo serviço da EDP?...

E agora, o que tem a Câmara a dizer sobre o incêndio na Foz do Arelho?


(Foto: Carla Pereira/Global Imagens, via JN)
Perante isto, deverá dizer-se que a zona era um "barril de pólvora" ou que foi mesmo fogo posto, ou que o fogo posto foi facilitado pela proximidade das pequenas construções. E censurar as entidades públicas, nomeadamente a Câmara e a Administração da Região Hidrográfica (ARH) do Tejo, proprietária dos quiosques, que fecharam os olhos à manutenção de uma situação que já devia ter sido resolvida há muito tempo. Agora, depois do desastre, que dirá (e fará) a Câmara? E essa entidade sem rosto que é a ARH?

(Foto: Mário Caldeira/Lusa, via Expresso) 


E voltamos ao reino das trevas da EDP

Agora são mini-apagões, de vez em quando. Já houve alguns meses em que e a electricidade não faltou, no entanto.
Será para os potenciais compradores da empresa baixarem o preço ao verificarem que uma empresa tão elogiada continua a ser incapaz de assegurar a um país tão pequeno um fornecimento de electricidade sem interrupções?...

Eu sei que é chato dizê-lo...

... mas o certo é que os pesados aumentos nos preços dos transportes colectivos das grandes cidades deverão contribuir para que esses transportes públicos deixem de ser indirectamente pagos pelos habitantes do interior do país, que nem sequer transportes públicos têm à sua disposição e que andam, há anos demais, a subsidiar as viagens dos seus afortunados compatriotas.